HISTÓRIA da SBOT
Para celebrar, esse ano, compartilharemos um pouco da trajetória da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
O arquivo mais antigo que demonstra o início das articulações para a criação da SBOT, a primeira sociedade da especialidade na América Latina, é uma carta, manuscrita em pena fina, numa caligrafia clara do ortopedista Luiz Ignacio Barros Lima, do Recife, que mostra que um ano antes da fundação da SBOT, em 1935, o paulista Luiz Manoel Rezende Puech
já mobilizava os colegas de São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro à procura de apoio ou, segundo outras versões, era por ele convencido a fundar a SBOT. A carta está datada de 1934, uma época em que a medicina brasileira dava seus primeiros passos para profissionalização, regulamentação e ensino.
Em 1939, quatro anos depois da SBOT ser fundada, Achilles de Araujo Puech criou a Revista Brasileira de Ortopedia (RBO), e editou sozinho até 1945, quando a publicação foi temporariamente suspensa. Na década de 1960, Puech apoiou seu relançamento e permaneceu ativo na diretoria da SBOT até o seu falecimento, em 1982.
Em 1940, sob a presidência de Domingos Define, a SBOT tomou uma decisão muito importante. Em assembleia, durante o IV Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia, realizado em São Paulo, formou-se uma comissão que se dirigiu ao Ministério da Educação e Saúde com uma séria solicitação: a de que o ensino da ortopedia passasse a ser feito por disciplina “autônoma e obrigatória dos cursos universitários em todas as escolas médicas do país”, e de que nas clínicas e ambulatórios houvesse sempre um departamento de ortopedia chefiado por um especialista titulado pela SBOT.
Márcio Ibrahim de Carvalho formou-se pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1952. Iniciou a carreira como cirurgião geral, mas logo enveredou pela ortopedia, que via como uma forma de ajudar na recuperação dos pacientes. Trabalhou na estruturação do serviço de ortopedia do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, em 1957. Participou muito ativamente da SBOT desde então. Em 1967, sentiu que já era hora de dar um passo adiante, e propôs editar uma revista científica da especialidade para a Sociedade. Conseguiu de Achilles Araujo a permissão de utilizar o nome da RBO (Revista Brasileira de Ortopedia) e começou a produzi-la na Universidade Federal de Minas Gerais. Permaneceu editor da revista por cinco anos.